sábado, 12 de novembro de 2016

Nem sei, nem vi, nem lembro

Olha, eu não sinto falta de você.
Não sinto!
Juro que não ligo pras músicas que escuto no rádio.
Eu olho pro céu, tantas estrelas, tantos pores de sol e ó não me vem nada.
Também já nem me lembro dos teus olhos castanhos de fim de tarde mergulhando nas profundezas de mim.
Seu toque, suas mãos e seu sorriso fácil.
Nem sei, nem vi, nem lembro.

Eu nem procurei decorar suas pintinhas, porque você sempre pareceu querer partir.
Pra que então mapear você?
Eu preferi não te aprender tanto assim, pra nem saber que quando você fala de política franze a testa ou que quando está nervoso fica piscando bem rapidinho.
Por não saber... É por isso que eu nem sinto nada.

Não sinto a menor falta de procurar suas mãos pra atar nas minhas.
Já não me lembro
Do som do seu silêncio
Do gosto do beijo
Do seu perfume que ficou aqui
Dentro de mim.

Da sua ausência eu me lembro.
Muito bem.
Do você sem mim.
Do seu olhar que se encheu, quando esvaziei o meu pesar.
Disso eu sempre vou lembrar.
Doeu
Sua falta de palavras e sua falta de vontade de ficar.
Mas eu entendi.

Olha, você pode ir!
Porque é o que você quer.
Você pode ir, porque não vou sentir sua falta.
Não vou!
Não posso, porque você não quis se dar pra mim.

Vá logo, mas não seja tão breve em me esquecer,
Porque em você deixei tanto de mim.
Mas vá, pode ir.
Nem se abale com meu nome, ou minhas músicas, ou meus livros,
O meu livro preferido ficou com você...
Muito menos por minhas palavras sempre no diminutivo, meu riso meio bobo e meu jeito teatral de gesticular.
Eles não fizeram você ficar.
Então vai que é melhor.
E eu não estarei de jeito algum sentindo falta de você.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

The story so far

Hoje é domingo. Eu adoro domingo, mas não hoje. Seus silêncios e seu jeito cheio de mistérios, afetaram o meu domingo. Não me leve a mal, eu só não sei ser assim distante. Tem um vazio gelado aqui no meu peito, acho que é você. E então fecho os olhos e te vejo. Mau sinal, realmente é você aqui no vazio gelado do meu coração.

Seus olhos piscam bem rápido, fotografando os meus. Você me olha profundo e eu mergulho no mar castanho de você. Sinto suas mãos bonitas junto às minhas, as sinto em mim. E sorrio. Porque pensar em você inconscientemente me traz um sorriso. Sua fala mansa, seu riso fácil e sua vontade de fingir que não falta nada são os traços que te definem pra mim. Eu também finjo que temos tudo, quando estamos juntos sinto que temos tudo. E hoje é domingo e o que temos agora? Nada dos seus beijos a arrepiar a minha nuca. Nada da sua vontade tímida, contida e ambígua de mim. Nada de cantorias afinadas, sem mais músicas sobre o céu.

Algo te prende, eu sei. Na verdade é o que eu sinto. Talvez seu passado ainda seja presente, tudo bem. Mas eu tô aqui e você também. Esteja aqui junto a mim. Presente. Seja. Deixa a gente ser, enquanto der, enquanto couber de ser. Não se esconde, não. Fica. Uma hora tudo se ajeita. Sorri, que eu sorrirei também. E a gente junta nossos vazios gelados e se esquenta.

Você encaixa tão bem comigo. Seu perfume, seus sonhos, seus beijos... Seus livros vão ter espaço na minha estante. A gente pode só brincar de ser, como antes. Me abraça que o meu coração pareia com o seu e tudo vai acalmar. Eu de lá do fundo do seu olhar também vou te fotografar pra te guardar quentinho aqui. Não podemos deixar os domingos assim. Eu adoro domingos. Eu adoro você.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Tuttifutti

Meus olhos eram inocentes. Não só os olhos, eu era inocência pura da cabeça aos pés. Você era um cara legal, muito cool. Algo me chamava pra você e você andava sorridente com sua namorada. Você sabia que ficamos amigas? Eu e sua antiga namorada. Você era o irmão da minha amiga. Sempre te achei bacana. Mais do que bacana. Nunca compreendi a coisa toda. Até que você me quis. Ali eu ja sabia que estava encrencada. Mas você me quis mais. E eu não sabia lidar com meu querer, muito menos com o seu.
Naquela época, eu tinha acabado de entender que os homens se interessavam por mim e eu não era mais só uma nerd desajeitada. Me descobri uma nerd desajeitada e desejada contigo. Você sabia disso? Você fez parte das minhas tarefas de autoconhecimento. Você fez parte do meu luto e de uns sofrimentos conflituosos. Você esteve lá. Ao fundo, numa constância quase inabalável. Ao som de Paolo Nutini, você estava lá. Em cachorros quentes, belas paisagens, em minha recém adquirida liberdade. Cê tava lá. E eu me descobri um pouco mais nos seus beijos e extraordinariamente você me pedia colo... Mas eu não sabia como dar.
Você era demais pra mim, porque era tudo o que eu queria, mas não era meu. Eu tinha dias longos e distantes e você tinha delivery de sushi. Carinho nos olhos e nas mãos. Tinha decisões e não tinha medo. Eu tinha o medo por nós dois.
Eu morava no oposto da cidade e acordava cedo. Não queria ficar pra dormir. Não devia. Não podia. Se eu ficasse meu coração também ia. Porque você era tudo o que eu queria, mas não era meu. Tinha boca, mãos e olhos carinhosos e não tinha medo, tinha decisões. Eu conheci muitas das suas camas, pouco dos seus amigos e só ouvi falar das suas mulheres. Tudo bem. Você me dava colo na maior parte das vezes, sem nem perceber. Atravessava as minhas muralhas altas flutuando. Você sentia isso?
Conheci o tamanho da impotência do meu coração diante do seu poder de persuasão. Você conheceu meus gritos e chiliques e pontapés. Minha fúria cor de rosa de princesinha Disney. E eu nunca venci. Na batalha entre a razão e o coração, o nocaute sempre foi o meu placar. Coração na mão estrebuchando. Pior que o coitado fingia ser tão forte.
Escrevendo hoje, faço desta a minha declaração da derrota. Eu perdi. Nem luto mais. Perdi você, perdi a mim. Nós. Essa coisa toda que a gente acha que pode vencer. Meu coração nunca venceu, só estrebuchou. Essa não seria mesmo a primeira vez.
Eu já te vi chorar. Eu já te dei colo. Acho também que já tive mãos e olhos carinhosos e um pouco menos de medo e ocasionalmente decisões. Já fiz hambúrgueres. Dei de mim o melhor. O melhor que eu podia. Nunca foi muito. E mesmo assim você se importava. Comigo e com a pequeneza das coisas que eu podia te dar. Interrogatórios, questionamentos demais. Culpa. Devo ter te dado isso também. Como você não desistiu de mim? Enquanto era tempo? Enquanto era justo? Penso tanto nisso. Porque não desistimos mutuamente de nós. Esse par de vasos descombinantes e desajeitados, não ficamos bem na sala.
Acho que estou liberando toda a minha negação criativa de você aqui e agora. Será que esse é meu jeito torto de te pedir de volta pra mim? Volta a ser meu amigo? Volta? Volta a me querer na sua vida... Me deixa te dar colo e comida. Sei lá. Essa coisinha singela que se pode dar pra quem a gente ama. Às vezes a gente já cresceu demais pra esse tipo de coisa. Às vezes você está muito à frente de mim. Não sei. Daqui a pouco você vai ter filhos. Acho que isso que me dói. Talvez a culpa de novo.
Não escrevo sobre nós, porque não consigo ficar só na parte bonita. E a parte bonita é linda. Linda como você. E não é justo com tudo isso que existiu, existe e existirá a finitude das palavras. Talvez meu medo seja esse, a finitude. Pontos no lugar das vírgulas. Talvez o bloqueio venha daí. Eureca.
Vamos fazer um combinado? Eu termino esse texto com reticências e assim você fica pra sempre na minha vida? Podemos fazer isso? Tá. Acho que podemos. Sem mais questionamentos. Eu gosto de sorvete...

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Por favorzinho, você aí!

Por favor, por favorzinho!
Faz o menino bonito dos cabelos encaracolados,
Desfazer os nós e me abrir os braços?
Só um pouquinho!
Faz ele achar que vai valer,
Faz ele querer fazer um esforcinho.
Conta pra ele que as vezes vai doer,
mas que o amor cura tudo tão rapidinho.
Que carinho é melhor que bandaid e
Também conta pra ele
Que ninguém é feliz sozinho.
Foi o poeta que cantou então tem aval superior,
Faz ele crer, mesmo que de mansinho.
Lembra daquele passarinho, que trouxe ele do mar,
Manda ele voltar pra ficar cantarolando
O meu nome no seu caminho!
Faz ele querer, faz ele se abrir
Nem que seja quase de ré,
mesmo que seja devagarinho.
Diz pra ele que dentro do meu peito não tem martírio.
Inventa pra ele que aqui é o melhor lar
Que pode ficar e se aconchegar.
Tudo aqui é tão tranqüilo,
Dá até respirar, relaxar e meditar...
Mas o mais importante é explicar
Que coração que sabe rimar,
Quando encontra alguém que deixa ele descompassado
Não muda mais de lado,
Fica meio hipnotizado.
E a pior parte é que
Não sabe desamar
E teima
E queima
E arde até ganhar,
mesmo que a ferro e fogo,
O coração do outro.
O melhor é não dificultar,
Se entregar e aproveitar.
Então, por favor!
Por favorzinho, vamos cooperar.

Gratidão no replay

Ultimamente me pego conversando mais com as nuvens. Acho que materializo o universo nas nuvens. Nessa minha cabeça, habitada por toda a irrealidade do planeta, existe uma conexão fortíssima entre as energias do universo, Deus e o céu. E aí, acabo conversando com as nuvens. Falando pro céu a comunicação fica quase que direta com o divino. Coisa de gente imaginativa. Amanheço dando bom dia pro céu, como se ele e eu estivéssemos em ligação. Ah, igual chamada via Skype, eu e o céu, o céu e eu nos curtindo ao vivo e a cores, mesmo que uma certa distância nos separe e a ligação às vezes falhe, estamos ali ele e eu tentando nos afagar sem o tato.
Mas então, ultimamente estou conversando mais com o Universo/Deus/Céu. Que coisa mais engraçada, nessa minha ainda curta estadia no mundo, todas as vezes em que me peguei assim falando diariamente e frequentemente com as nuvens era porque as coisas não corriam muito bem. Mas quanta ironia, porque está tudo maravilhosamente bem agora.
E lá estou eu todas as manhãs rigorosamente dando bom dia pro universo. E nos meus 35 minutos de trânsito até o trabalho vou pedindo conselhos, vou agradecendo, vou falando as coisas boas que quero atrair pra mim. E olha a maravilha, parece que tudo magicamente consegue melhorar ainda mais. E aí, eu lembro o porque de ficar ligando pro céu só quando tudo não ia bem, porque impreterivelmente as coisas iam se ajeitando e aí distraída que sou, com tudo em ordem, esquecia de retornar pra agradecer.
Mas ó, Papai do céu, agora eu to retornando todos os dias!
Nessas horas, percebo o quanto a vida me dá presentes, um atrás do outro. Às vezes me acho até repetitiva nos pensamentos de gratidão. Mas ó, só aqui entre nós, acho que as coisas do céu tem uma predileção forte por mim. Claro, eu também não sou boba, nem nada e sei encontrar meus presentinhos, porque o universo é malandro que só ele... Esconde um brindezinho aqui, outro a colá, se a gente não procura também nunca acha. Essa inclusive é uma das coisas que corriqueiramente peço a essa energia superior: saber reconhecer as minhas dádivas. E acho que tenho aprendido cada dia mais!
Então, universo obrigada por sempre me fortalecer com suas boas energias, Deus obrigada por orientar meus passos e céu eu agradeço por fazer toda intermediação e estar aí bonitão e disponível pra mim todas as manhãs! Amém!

sábado, 5 de setembro de 2015

Chuva de bençãos

Chegou meu aniversário e já escutei tantas vezes 'o que você quer de presente?' E me pego pensando. Então, o que quero de presente? Penso, penso e concluo: eu não estou desejando nada, não quero nada. 

Na verdade, nesse momento da minha vida, não tenho desejos materiais, sinto que já possuo tudo o que preciso, talvez muito mais que isso. Com certeza, muito mais. Concluo novamente: não preciso de nada. Estou onde quero estar, com quem devo estar, fazendo o que quero fazer... Eu sinto a felicidade pulsando nas veias, serenidade, sonhos realizados tudo se espremendo e explodindo no meu coração... É uma coisa maravilhosa, nem sei dizer... 

Já tive muitos sonhos, eu tenho muitos sonhos... Mas me sinto agora no topo do mundo. A lá Leonardo de Caprio no Titanic, de braços abertos com o vento no rosto e o oceano bonito à frente. 

Nesses últimos anos vivi as batalhas que me levaram a realização dos meus singelos sonhos e eles se consumaram assim de uma só vez! Me inundaram como se chuva fossem. Tomei banho de sonhos. Eles caíram das nuvens e chegaram as minhas mãos. Um por um, escorrendo pela minha pele com seu sabor, com seu cheiro, com sua solidez. Teve até barulho de tempestade, mas eram só eles e sua melodia desarmoniosa. Que delicia isso. Que delicia, essa coisa de realizar sonhos. 

E agora no alto dos meus rasos 26 anos, esses que frequentemente são muito mais densos do que a contagem fria dos dias, me sinto grata, realizada e imensamente feliz. Assim sendo, não consigo desejar mais nada a não ser novos banhos de sonhos, inaugurar alegrias, aprender as lições da vida e provar mais desse mar de serenidade que é ser feliz com o que se tem.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ohmmm

Faltam 7 dias, tenho apenas mais 7 dias a viver longe do meu porto seguro, longe do meu lar. Meu Deus, faltam 7 dias!
Como pode isso? Vejo com tanta clareza, parece que foi ontem que eu cheguei. Nossa, parece que foi ontem que eu comecei minha contagem regressiva, dois mil cento e noventa dias me faltavam. Onde eles foram parar? Agora eles viraram só 7. Que desespero!
Quero fazer tudo o que não fiz em 6 anos em sete dias! Quero ver todos os meus amigos, experimentar todos os novos restaurantes, quero comer mais pão de queijo, eu quero tudo!
Não! Mas agora não dá, porque eu tenho que estudar! E ai me vem, em retrospecto, tudo o que eu abdiquei para estudar. E como sempre priorizei esta tarefa, em detrimento do lazer que agora me faz falta. Eu só queria poder ficar 24 horas abraçada nos meus amigos, só queria comer mais pães de queijo.
Mas agora não dá! Eu tenho que estudar! Não só eu, meus amigos tem que estudar também!
Como a vida é engraçada, a psicologia barata explica que a gente quer o que não tem. E eu quis tanto minha terrinha, quis muito, quis demais, ainda quero!! Mas tô vivendo o luto dessa despedida, estou aqui tentando negociar com meu desespero um jeitinho pra tudo ficar bem.
No meio dessa negociação eu me lembro: isso também significa o fim da minha falta nas festas de família, o fim da busca interminável por passagens, o fim de visitas cronometradas, o fim de idas e vindas! É o fim de um ciclo, Lorena! Calma, é só a finalização de uma etapa. Repito esse mantra e acredito. Finalização de uma etapa! Amém!
Estou calma, mas tenho medo. Medo do novo. E também já tenho saudades. Saudades do meu canto, dos meus amigos, da minha vida de estudante. Calma, Lorena, é só a finalização de uma etapa! Ohmm, meu mantra novamente. (Acho que vou entrar na yoga!)
As boas amizades, essas permanecem! Sempre permanecerão! Seu cantinho lá em Brasília também te espera de braços firmemente abertos. E a vida de estudante, na sua profissão nunca vai acabar. Então fico calma e também não temo mais.
Aqui estou eu, deitada na minha cama, me despedindo até dos meus travesseiros. Encaixotando tudo o que posso e sentindo um aperto enorme no peito. É o fim. É a realização de um sonho. Tudo tão palpável.
Agora irei voltar pro que era meu desde o princípio. Isso conforta meu coração. Volto a minha tarefa, empacoto minha vida em cinco caixas de papelão.
Toda minha gratidão e todo meu amor não cabem aqui. Sou grata por tudo o que vivi em BH. Sou muito grata pelos amigos que fiz aqui! Sou muito grata pelas barras, sofrimentos e todo o amadurecimento a qual me permiti. Foi tudo bom demais. Agora vou dizer tchau. Calma, calminha! Ohmm... Vou procurar uma aula de yoga.

sábado, 10 de maio de 2014

Retrato dos meus quereres

Que eu saiba buscar minha felicidade e que eu a divida com as pessoas ao meu redor.
Que eu não poupe bom dias e obrigadas. Que eu poupe dinheiro.
Que eu não esqueça meu sorriso no transito.
Que eu não esqueça dos amigos com os estudos. Que eu tenha amigos para estudar comigo.
Que eu não falte tanto a academia.
Que eu enxergue meus problemas com suas devidas proporções.
Que eu entenda minhas responsabilidades.
Que meu caráter se mantenha a figura e semelhança do meu pai, mas que eu aprenda a ser mais flexível.
Desejo ser feliz com menos.
Que eu saiba aceitar a liberdade do outro.
Que eu saiba exercer minha liberdade com plenitude.
Desejo praticar a empatia todos os dias.
Que eu guie meus passos com o coração, mas que saiba andar com a razão.
Desejo pirar de vez em quando e viver sabendo das consequências dos meus atos.
Desejo atingir metas e objetivos. E aprender com minhas falhas.
Que eu não sacie minha sede por mudança.
Que eu nunca perca a vontade de sonhar e realizar.
Que aprenda a me comunicar melhor. Que eu entenda que toda comunicação tem falhas.
Que eu saiba conversar com Deus e ler seus sinais.
Que eu seja boa para o próximo e também para mim.
Que eu seja um bom exemplo. Que eu saiba ajudar minha família.
Que eu tenha sucesso na minha profissão e que eu nunca desacredite da vocação que me levou até ela.
Que eu aceite as dificuldades. Que eu vença obstáculos.
Que eu tenha coragem e nunca perca a fé.
Desejo fazer valer essa jornada.
Que eu saiba amar.
Que saiba cuidar.
Desejo persistir.
Desejo aceitar minhas virtudes e vontades.
E por fim, que eu lembre que a vida é a arte do encontro! Como já dizia o poeta. Embora hajam tantos desencontros pela vida.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sobre autoconhecimento

Eu não sei qual é a direita e qual é a esquerda. Eu realmente não sei. E me virar sozinha no transito de BH nunca me ajudou nisso. 
Leio inutilidades com grande frequência. Leio inutilidades em várias línguas, de várias áreas e muitas vezes ao dia. Por exemplo, você sabia que para se começar bem uma amizade as pessoas inconscientemente alternam papéis de dominante e dominado? Pois é, li isso hoje. Interessante. Onde eu arrumo tempo pra isso? Não sei.
Minha memória não é das melhores. Então, pelo menos, esse tanto de inutilidade vai desaparecendo. 
Meu paladar é o mesmo de uma criança de 6 anos. Chicletes, jujubas, chocolate, marshmelows, sorvete, pirulito, biscoito.... Huumm. Fácil demais me fazer feliz. Hahaha...
Eu faço contagem regressiva, pra saber quanto tempo ainda falta pra eu voltar pra Brasília. Olha, agora faltam 12 meses e 27 dias. E contando!!!! 
Acrescento o diminutivo na maioria das palavras, se estou falando com carinho, ou com crianças.
Tenho uma mania insuportável de apelidos. Acho que ela vem junto dos diminutivos.
Gosto de gente e coisas organizadas. Não se atrase e não prometa o que não vai cumprir. Meu conselho.
Sou uma mulher (hum, mulher? Que madura...) de opiniões fortes.
Sou muito mãe das minhas irmãs.
Quero viver rodeada de crianças. Por isso, se precisar de uma pediatra daqui uns... Hum... Se tudo der certo... Três anos, liga pra mim, ok?!
Sou a maior pão dura com meu dinheiro. Já o de mamãe torro tudo. Mentira, gasto com moderação. Opss...
Morro de agonia de erro de português. Meu ou dos outros.
Eu acho que encaminhamento pra psicologia devia vir junto com a certidão de nascimento. Todo mundo ia se beneficiar desse lindo gesto.
Eu xingo muito no transito. Aliás, eu odeio transito. Se eu pudesse não dirigia.
Pra mim a melhor parte de viajar é chegar em casa. Dormir na minha cama.
Assim como a Tassia também leio a última página dos livros antes de começar.
Assim como a Elise, eu também organizo todos os meus afazeres mentalmente.
Eu ainda dou cartas de presente.
Eu ainda escrevo poeminhas pra quem me inspira.
Amo também coisas de amor. Livros de amor, músicas de amor, poemas de amor, pinturas de amor...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Incêndios e setembros.


Te imagino como se não tivessem passado todos esses anos, com meus olhos ávidos fito seu sorriso calmo contra o mar. Te desejo como se não tivesse vivido esse tempo sem você. Como se ainda fosse aquela menina sem marcas, carregando no coração uma faísca. Sem suspeitar que faíscas podem provocar grandes incêndios.

Eu deveria saber que não se brinca com fogo. No entanto, estou a quilômetros de distancia e queimando por dentro de vontade de sentir a sua presença. Você é o incendiário que mais esperei, desbrave essa coisa estranha que me deu quando você surgiu. O sentimento me devora. Será que você está de olhos fechados, fugindo da realidade como eu? Passando os dedos involuntariamente nos lábios e sonhando acordado? Espero seu nome brilhar no telefone. Brilhou. Mais territórios vão sendo consumidos pelo fogo. Suas palavras funcionam como um combustível altamente inflamável. Meu coração está descompassado e ardendo em chamas, mas nunca o senti tão vivo.

Você parece gostar de brincar com fogo. Então, chegue mais perto. Bem perto, onde o vento possa soprar seu perfume e transmitir o calor do seu sorriso para enrubescer minha pele branca. Minha mente flutua e a temperatura sobe. Sobe sem controle e a cada grau, leva embora um pouco da minha lucidez. Sei que devo me agarrar a todas as barreiras que insistem em existir. É isso que eu faço quando tudo parece certo demais, me prendo aos meus pensamentos e seguro minhas ações. Parece certo agora. Parece certo e estranhamente bom. Não quero me prender a nada que não seja você. Talvez porque estamos em setembro e queimadas parecem inevitáveis. Me leve para dar uma volta e eu deixarei o incêndio transformar em cinzas tudo o que estiver no caminho.