quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A poesia que já me pertenceu fugiu de meus braços, foi chorar seus prantos em outra freguesia. O lirismo que me preenchia se instalou em alguma outra pele macia, que não a minha. Tudo aquilo que já foi tão meu, todo aquele sentimentalismo que me pertenceu, escapou por entre meus dedos, eu não pude evitar. A inspiração que tinha entrelaçada comigo todos os dias, de repente não me quer mais, preferiu procurar outra paz e se encontrou em palavras que por mim nunca foram ditas. A melodia que costumava soar apenas em meus ouvidos, depois de tudo, só me tem se fico na plateia, pois cansou de sussurrar suas notas nada silenciosas em meus ouvidos, enquanto afagava meus cabelos. Mais parece que tudo me fugiu, mais parece que o porto seguro se mudou. As coisas não deviam ser assim, essas lembranças deviam esquecer de mim...

domingo, 12 de agosto de 2007

Carta na garrafa.

As idéias ainda estão aqui dentro de mim, mas estão de birra, não querem se mostrar, ou talvez o jeito com que eu ando tratando meu tempo tenha as deixado ofuscadas, as idéias para as mais nobres conexões de palavras estão em mim, creio; porém estão muito bem escondidas. Não me importo, pois, que fiquem! Aprenderei a cavar até agarra-las novamente, irei trabalhar no livramento da minha essência triste que foi perdida, ou melhor, buscarei a parte de mim que foi dar um mergulho nas profundezas do mar escuro da minha alma e deve estar vagando como uma carta numa garrafa procurando uma praia segura para aportar e deixar ser encontrada, vou esperar até esse porto minha alma encontrar para que assim tudo se defina novamente em mim.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A hora do adeus.


A vontade de te esquecer que eu mantinha, aquela vontade que não é mais dona de mim, me deixou um estranho vazio. O persistente nó cego da minha dor desatou. E foi assim, simplesmente assim, quando dei por mim deixei aquela dor desprender da minha alma e ela sem a menor pretensão de voltar se foi... Será que foi a abstinência da sua insana volatilidade? Talvez aquela antiga poesia de mim - doentia, sofrida e temperamental - predomina na presença da sua ausência. A constante ausência da sua presença. Sua inconstância sempre me abasteceu de solidão e agora surpreendentemente não mais me sinto só...