quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Saudade de amar.

Procuro o outro lado,
A parte que completa o inteiro
Que mesmo sendo inteiro falta.
Procuro a peça que encaixa:
Como os números que se completam,
Exatos.
Como as pétalas numa flor
Que se protegem, abraçam-se, prendem-se,
Que me preencha...
Supra em mim o que falta.
Que me transforme num transbordamento do que nunca tive.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Almost lover.

Eu deveria ter previsto que você me traria sofrimento, um quase amor sempre traz. Nós caminhávamos entre a multidão, você segurava minha mão, dançava comigo. Nossas cenas. Suas mãos tocavam minha pele, assistíamos as estrelas brilharem. Cenas. Você me cantava canções de ninar espanholas. No seu olhar havia uma tristeza tão doce, você usou truques inteligentes.... Eu nunca quis te ver infeliz, achei que você pensasse o mesmo. Mas agora só me resta te dizer Adeus. Tchau, meu quase amor. Tchau, minha ilusão sem salvação. Tento não pensar em você, que tal você me deixar? Adeus, meu romance sem sorte... Estou virando as costas para você. Quando você foi embora, beijou meus lábios e disse que nunca esqueceria essas nossas cenas. Parece que você não pensou que eu ficaria infeliz. Não consigo beber um vinho, não consigo dirigir de madrugada, não consigo acordar sem te ter no pensamento. Depois de tudo você se foi e eu continuei aqui rodeada por fantasmas, mas creio que você esteja muito bem... Eu fiz ser assim tão fácil entrar e sair da minha vida? Parece que você não pensou que eu ficaria infeliz.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Insônia.

Envelhecer perturba, ainda mais pra quem já era velha por dentro. Além das dores que vêm, surgem as responsabilidades que antes eram zero e agora tendem ao infinito, as preocupações que rendem aquelas ruguinhas e o fato de saber que tudo isso só vai é piorar com o passar do tempo. Estou cansada só de imaginar (cansar... já é coisa de gente velha). Insônia, outro sintoma agudo que chegou com a idade, no relógio são 23:26 há essa hora eu já deveria estar no sétimo sono, sonhando com um belo príncipe encantado, nosso casamento e filhos, minha carreira bem-sucedida e meu guarda-roupa chiquérrimo repleto de peças brancas! Entretanto, estou plantada na minha cama, depois de uma tarde inteira de pensamentos malvados a meu respeito, acordadíssima dialogando com a minha decadência. Me deparo com a página daquela velha colega de escola, paro pra dar uma bela analisada, típico de mim - típico de gente que não tem mais o que fazer de madrugada, tipo dormir. Ela não está com essas olheiras de gente que como eu, que mesmo sem conseguir dormir tem acordar seis da matina pra enfrentar um dia inteiro de ocupações, ela não, ela acorda tarde, toma aquele sol e depois está pronta para aproveitar seu dia, de ócio, é claro. Ela está sempre estampando um emoticon de coração no nome, um arzinho juvenil de gente que ainda não sabe o que ser gente. E o que mais surpreende, a menina sempre está namorando, exibindo fotos e mais fotos com seu grande amor - que é atualizado com frequência. Os caras nunca são bonitos, eu concordo que isso não é preciso, mas visivelmente são o par perfeito, fúteis e despreocupados com a vida. Eu que leio, viajo, estudo, escrevo tinha tudo pra acrescentar encanto na vida de alguém, opto pela solidão. E às vezes, depois que a madrugada arrasta o cansaço e ninguém mais pode me julgar só eu, tenho um pouco de inveja da minha ex colega de classe que não tem medo de ser boba e infantil aproveitando as paixonites que surgem e não tendo vergonha de mostrar. Pior do que envelhecer é sentir que por dentro tanta coisa já morreu em função da vida adequada a uma rotina maçante. As risadas altas foram substituídas, por sorrisos contidos que é pra não chamar muita atenção, as brincadeiras inocentes já não são naturais, é tudo impregnado de duplo sentido e eu nunca fui boa em captar coisas no ar, smiles nos nicks são impossíveis, me permitir um romancezinho juvenil? Só no dia que chover canivete. Deixei meu lado infantil morrer pra me encontrar e foi aí que eu me perdi.

domingo, 31 de agosto de 2008

Sonhei.

Eu tentei me aproximar devagarinho, temendo falhar, mas o caminho se desenhou tão certo para que eu pudesse te encontrar e tive que me acostumar a ir te aprendendo lentamente, conseguindo encontrar sorrisos teus, quando procurava por entre sonhos meus.
Eu fui chegando assim, sem saber porquê. Aconteceram tantas vezes, outras tantas assim como esta vez, mas o seu olhar é mais fundo, mais do que eu sei dizer é um abrigo pra voltar, ou um mar pra me perder.
E pelo mundo afora espalha sua liberdade, sem encontrar seu cais, porém eu, não sabendo se voltarás, finjo aceitar sua meia verdade, forjo sentimentos, fujo do vazio enquanto brindo, danço e salto, inevitavelmente eu trago-te comigo e sinto tanto, tanto a sua falta.
Você voltou, e me deixou entrar pouco a pouco, mas quando abri a porta vi a luz acesa e um lugar pra mim. E me assustou descobrir que foi este sabor que a vida inteira procurei entre paixão e dor.
Agora, por dentro de mim, o vento sopra, me perco, vivo entre alegrias e amor. Fujo só do frio debaixo do seu cobertor, enquanto brincamos, sonhamos e amamos você está em mim, toco sua alma e guardo todas as minhas palavras só para ti.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Jacaré.

1,2,3 já... Ela chegou, assim do nada, tomou conta de tudo. 

1,2,3 e já... Olhos no horizonte, pensamento distante, nada de sorrisos.

Ela nem tocou a campainha, foi logo entrando, veio passar uma temporada no meu peito. Tardou, mas voltou. Veio me habitar.

1,2,3 e já, agora é a tristeza que me comanda, eu já não tenho mais lugar.

Mesmo tendo todos os motivos do mundo pra ser feliz, acontece que eu sou triste. Vê?

domingo, 24 de agosto de 2008

blá, blá, blasé...

Ai de mim, ai do meu coração. Dói tudo por dentro. Dor de cabeça, dor nas costas. Claro, ninguém me mandou querer carregar a solidão do mundo nos ombros. Incomoda tanto ser só, e apelidar essa falta de companhia de liberdade. Como se adiantasse alguma coisa mudar o nome... Ainda assim permanece a falta de alguém. Sinto saudade das coisas que nunca vivi, sinto vontades que não quero ter. 

Quero ter um companheiro... Que me preencha o corpo e a alma que sacie o todo de mim, porque se fosse só pelo fato de dizer que existe alguém comigo, já teria sanado essa ferida que aparece todo mês no meu coração, mas eu não quero alguém pra exibir, nem só pra fazer passeios bobos de mãos dadas. Quero um baita de um alguém, pra pôr cor na minha vida e não um simples acompanhante. Queria fazer do meu corpo uma morada pra enclausurar a pessoa amada, fazer da minha alegria motivo de comemoração e da minha tristeza desculpa pra conseguir um cantinho num ombro largo.

Estou há tanto tempo só, tenho tantos amigos e vivo só, tenho tantos amores e estou sempre sozinha! Andando só e sem querer chegar. Indo pro além do horizonte, pra parar no além do além, no fim do mundo, dentro do meu pensamento. Pra tentar exercer a minha solidão com plenitude, porém sempre tem alguém pra me inspirar e me fazer pensar que este ermo dentro de mim logo vai passar é culpa da minha essência que é tão rara, me fazem acreditar que não sou só, sou diferente, especial e para que eu ache a minha companhia exata vou precisar esperar, me pergunto o que fazer com tanta coisa dentro de mim querendo ser passada adiante e não pode, porque estou na maior parte do meu tempo só, o que faço com isso? Onde guardo? E quem disse que eu quero esperar? Agora volto a ter vontade de não ser só, contudo não sei viver em conjunto, o melhor seria fugir e se eu fosse pra algum lugar que não pertencesse a ninguém, onde não hajam pessoas pra eu querer sentir, sem olhares pra ter vontade de desvendar, sem essas tentações querendo me acompanhar, seria menos cruel, mas não posso ir, se eu fui a escolhida pra ser só, assim liberta como eu diria, vou fazer bem direitinho, vivendo no meio de gente e pertencendo somente a mim vestindo uma máscara, fingindo ser tão completa e cheia de liberdade, feliz e contente de ser eu a minha única companheira. 

Não adianta mesmo fugir, não nasci para ser de alguém, não fui a escolhida para entregar meu coração. Quando eu nasci Deus não disse 'desce e arrasa', ele lascou uma afirmativa mais pra 'Vai, minha filha, ser esquerda na vida!'. E eu vou. Que merda!

sábado, 23 de agosto de 2008

Bruta flor do querer.

Quando eu não o tinha, o desejava tanto... No tempo em que a ilusão de o ter alimentava a esperança de poder passar noites à fio escrevendo confortavelmente sobre a minha cama, eu nutria um desejo tão grande de tê-lo... Consegui, comprei meu notebook e nunca escrevi nada em nenhuma madrugada solitária, nem em dias solitários, nem em tardes frias... Nada! Perdeu a graça. Odeio conseguir, mas adoro tanto desejar.

Minha vida é uma sucessão de grandes quereres e ilusões, que depois que viram aquisições perdem o brilho. Então, percebe-se que minha vida é bicromática, pintada vez de rosa purpurina, vez de branco chocho cheio de equilíbrio e paz.

Dia desses parei pra pensar se eu gosto mais do rosa purpurina da luta pela conquista, ou desse branco chocho que toma conta do depois, não soube decidir (grande novidade, nunca fui boa com decisões), superficialmente sempre exibi uma pose tão 'branca', uma vida tão equilibrada de moça certa e pra casar... Em contra partida, minhas pequenas atitudes sempre tentavam dar uma pincelada pink na minha vida enfiar aventura na minha rotina, pra ver se eu conseguia virar o jogo e só ser eu mesma... Nem muito pombinha da paz, nem muito rosa choque. Mas nunca consegui!

De certo nunca me conheci. Dia desses, outra vez, me peguei dizendo que mentia muito, será que eu sou mesmo dissimulada? Nunca tinha pensado a meu respeito dessa forma.  Fui procurar no meu amigo fiel, o Aurélio, um esclarecimento, o que seria ao pé da letra dissimular? No Aurélio estava assim, Dissimular: Ocultar ou encobrir com astúcia (Ah, isso quem não faz? Não pode ser critério. Não tenho culpa de não gostar de tudo que eu penso e esconder partes, e mesmo que fosse um bom critério se eu me encobrisse com astúcia nunca teriam me chamado de dissimulada e eu não estaria aqui fazendo essa análise, 0 pra Lorena Capitu x 1 pra Lorena e só), não dar a perceber, calado ou simulando( É, nunca soube discutir, no fim eu sempre fico calada, mas é uma questão de passividade e falta de convicção nos meus ideais, Sou só a Lory, Cabou! Não simulo nada, só aceito novidades tranquilamente), não revelar seus sentimentos ou propósitos (E eu vou revelar pra quê? Tá, essa eu assumo, não gosto de sentimentos assim como não gosto de carne e mesmo não gostando eu como, mesmo não gostando de sentimentos, eu sinto, mesmo não gostando os escondo!).  Sou sincera aos meus pensamentos momentâneos, sem analisar muito falo coisas, o exame vem depois e talvez as ideias mudem e é apenas isso não sou dissimulada, nem mentirosa. Parece-me que não adianta a simples Lorena será sempre a menina pacífica e passiva por fora, viciada em adrenalina e fortes emoções por dentro e uma coisa não exclui a outra. Por fim,  se metade de mim for certeza o resto será dúvida. E quando meu corpo viver aventuras minha alma pedirá paz, se muito serena ela estiver implora por desassossego. Se eu conquisto meu desejo, já não o quero. Odeio conseguir, adoro desejar e sofro tanto por isso.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Versinhos.

Lágrimas caem sobre nosso amor
E não te resta mais nada a me dizer
Nada sobra mais que dor
Tanta tristeza de amor, tanto sofrer...
Mas do passado guardo lembranças
No presente aguardo o adeus
E para o futuro levo a esperança
Esperança de estar nos braços seus.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sempre e hoje...

E hoje como sempre deixaremos a partida pra depois.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Uma velha carta de amor.

O que eu posso dizer? Você jogou esse seu charme em mim e agora só me resta admitir: Você me ganhou! Talvez você nem saiba a dimensão disso, talvez nem eu mesma saiba, quem sabe a gente consiga entender um dia.
A sua presença, o seu olhar, sua boca. Tudo me parece tão certo que eu nem consigo acreditar, muitas vezes penso estar vivendo sonhos (sim, isso parece muito um clichê, mas NÃO É!), de fato é isso que acontece sempre me acho a um passo da realidade, são tantas emoções, encantos, você bem sabe que é um rapaz cheio da magia, essa magia danada que me hipnotizou. Pois é, logo eu que sempre fui a mais pessimista em tudo, eu que nunca quis me apaixonar, eu que morro de medos, eu que sou aquele eterno paradoxo e ultimamente eu acho resposta pras minhas perguntas, porque eu acho você, lembro de você, olho pra você, nunca vou me esquecer como é tão bom te olhar... Não sei se já te disseram, mas maior satisfação em admirar alguém eu nunca encontrei.
Deve ser esse seu cabelo castanho, liso e vistoso, ou esses olhos profundos e carinhosos que sempre me fazem cair pra dentro de você, também esse seu narizinho mais gracioso, talvez sua boca e os sorrisos que ela dá, o som das palavras que por ela são proferidas, ou os silêncios que ela mantém, ou nada disso, a satisfação deve vir por ela só, por alguns agrados e pelos beijos profanos que sempre me presenteia sem mencionar mãos, braços, abraços daqueles mais irreais que eu acho que vou até voar.
Confesso, já deve ser claro, esse mundo de gostar, desse gostar que eu te gosto, de coisa de verdade e muito e sempre e tanto, é totalmente novo pra mim, olhar pra você e querer me ver ao seu lado é tão esquisito (o esquisito mais gostoso que eu já senti, mas continua sendo esquisito), sentir borboletas no estômago toda vez que você vai chegar, te ouvir dizer coisas tão lindas e me banhar de fantasia, no fim das contas eu fico desencontrada com meus pensamentos sempre egoístas e ajo de formas imprevisíveis, não que eu seja tão complicada como eu digo pra você, talvez eu seja muito simples – mais do que você imagina - e não goste da sensação que isso dá, daí eu vou lá e complico tudo.
Eu não sei se algum dia vou conseguir te completar, ou te fazer feliz como você me faz, mas eu gostaria que você soubesse que eu tento, que eu sempre vou tentar, e que por mais que o meu jeito cheio de armaduras não demonstre eu gosto de você de um jeito que eu nunca gostei de ninguém, mesmo! É duro pra mim administrar coisas assim novas, e grandes. Quando eu digo que te adoro é a mais pura verdade e eu tenho certeza disso, eu quero que você tenha também.

Com Carinho,
Lorena.