sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ohmmm

Faltam 7 dias, tenho apenas mais 7 dias a viver longe do meu porto seguro, longe do meu lar. Meu Deus, faltam 7 dias!
Como pode isso? Vejo com tanta clareza, parece que foi ontem que eu cheguei. Nossa, parece que foi ontem que eu comecei minha contagem regressiva, dois mil cento e noventa dias me faltavam. Onde eles foram parar? Agora eles viraram só 7. Que desespero!
Quero fazer tudo o que não fiz em 6 anos em sete dias! Quero ver todos os meus amigos, experimentar todos os novos restaurantes, quero comer mais pão de queijo, eu quero tudo!
Não! Mas agora não dá, porque eu tenho que estudar! E ai me vem, em retrospecto, tudo o que eu abdiquei para estudar. E como sempre priorizei esta tarefa, em detrimento do lazer que agora me faz falta. Eu só queria poder ficar 24 horas abraçada nos meus amigos, só queria comer mais pães de queijo.
Mas agora não dá! Eu tenho que estudar! Não só eu, meus amigos tem que estudar também!
Como a vida é engraçada, a psicologia barata explica que a gente quer o que não tem. E eu quis tanto minha terrinha, quis muito, quis demais, ainda quero!! Mas tô vivendo o luto dessa despedida, estou aqui tentando negociar com meu desespero um jeitinho pra tudo ficar bem.
No meio dessa negociação eu me lembro: isso também significa o fim da minha falta nas festas de família, o fim da busca interminável por passagens, o fim de visitas cronometradas, o fim de idas e vindas! É o fim de um ciclo, Lorena! Calma, é só a finalização de uma etapa. Repito esse mantra e acredito. Finalização de uma etapa! Amém!
Estou calma, mas tenho medo. Medo do novo. E também já tenho saudades. Saudades do meu canto, dos meus amigos, da minha vida de estudante. Calma, Lorena, é só a finalização de uma etapa! Ohmm, meu mantra novamente. (Acho que vou entrar na yoga!)
As boas amizades, essas permanecem! Sempre permanecerão! Seu cantinho lá em Brasília também te espera de braços firmemente abertos. E a vida de estudante, na sua profissão nunca vai acabar. Então fico calma e também não temo mais.
Aqui estou eu, deitada na minha cama, me despedindo até dos meus travesseiros. Encaixotando tudo o que posso e sentindo um aperto enorme no peito. É o fim. É a realização de um sonho. Tudo tão palpável.
Agora irei voltar pro que era meu desde o princípio. Isso conforta meu coração. Volto a minha tarefa, empacoto minha vida em cinco caixas de papelão.
Toda minha gratidão e todo meu amor não cabem aqui. Sou grata por tudo o que vivi em BH. Sou muito grata pelos amigos que fiz aqui! Sou muito grata pelas barras, sofrimentos e todo o amadurecimento a qual me permiti. Foi tudo bom demais. Agora vou dizer tchau. Calma, calminha! Ohmm... Vou procurar uma aula de yoga.