quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Lágrimas

Um pouco da minha tempestade choveu pra fora pra tentar virar mar.

Engano dos sentidos.

Olha, vou dizer:

Já tentei num bar,
Tentei andar gritando por aí,
Tentei não parar bem em frente a sua casa.
Tentei descarrego e meditação,
Proibi pensamentos a seu respeito,
Já tentei me castigar toda vez que dissesse seu nome,
Tentei não parecer louca.
Tentei jogar fora tudo que era nosso e tudo que foi seu.
Evitei andar sozinha,
E tentei não olhar muito para as estrelas.
Tentei arrancar as páginas dos meus livros de poemas.
Tentei queimar as fotos.
Tentei apagar seu número da agenda.
Tirei cartas pra ver o seu futuro.
Tentei te encontrar em outros braços.
Já tentei dormir sem sonhar.
Tentei olhar pra frente e não te ver.
Tentei ignorar tudo que tivesse você.
Congelei as lágrimas com litros de sorvete.
Tentei parar de comer tanto chocolate.
Tentei não pensar em nós com filmes de amor.
Enxerguei a noite como ela é,
Tentei parar de procurar rostos na rua tentando te ver.
Tentei não observar carros iguais ao seu.
Já tentei esquecer seu perfume.
Já Tentei esquecer o que você me faz sentir.
Tentei, eu tento, tenho que tentar;
Mas não adianta!
Você é o sofrimento gostoso, é o vício que eu gosto de ter.
Você, ah, por você eu me desmonto.
Você, figura ímpar.
Você: primeira pessoa singular.
Você pra mim!
Paixão, príncipe...
Aquele tudo que em tudo se transforma.
Vou te guardar pra mim, dentro de mim,
do meu coração fiz um lar, meu coração o seu lar.

?

"Cuide bem dos seus silêncios e pensamentos. Deixe as palavras prestes a poesia."


Li isso em algum lugar, não sei de quem é...

Medo dissimulado.

Tenho medo que me encontres, me olhes profundamente nos olhos, enxergue aquela antiga chama voluptuosa que pertencia ao irradiante fogo do teu modo plural de me olhar.
Tenho medo de que repares no inédito sorriso que te darei: terno, meigo, carinhoso e cheio de malícia, malícia essa que tanto desejavas e que de ti ousei roubar os pequenos traços.
Tenho muito receio que percebas em mim a menina que para ti foi moldada e se perdeu em outros caminhos.
E no fim o medo que você me dá é o mais gostoso que eu já senti.