domingo, 31 de agosto de 2008

Sonhei.

Eu tentei me aproximar devagarinho, temendo falhar, mas o caminho se desenhou tão certo para que eu pudesse te encontrar e tive que me acostumar a ir te aprendendo lentamente, conseguindo encontrar sorrisos teus, quando procurava por entre sonhos meus.
Eu fui chegando assim, sem saber porquê. Aconteceram tantas vezes, outras tantas assim como esta vez, mas o seu olhar é mais fundo, mais do que eu sei dizer é um abrigo pra voltar, ou um mar pra me perder.
E pelo mundo afora espalha sua liberdade, sem encontrar seu cais, porém eu, não sabendo se voltarás, finjo aceitar sua meia verdade, forjo sentimentos, fujo do vazio enquanto brindo, danço e salto, inevitavelmente eu trago-te comigo e sinto tanto, tanto a sua falta.
Você voltou, e me deixou entrar pouco a pouco, mas quando abri a porta vi a luz acesa e um lugar pra mim. E me assustou descobrir que foi este sabor que a vida inteira procurei entre paixão e dor.
Agora, por dentro de mim, o vento sopra, me perco, vivo entre alegrias e amor. Fujo só do frio debaixo do seu cobertor, enquanto brincamos, sonhamos e amamos você está em mim, toco sua alma e guardo todas as minhas palavras só para ti.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Jacaré.

1,2,3 já... Ela chegou, assim do nada, tomou conta de tudo. 

1,2,3 e já... Olhos no horizonte, pensamento distante, nada de sorrisos.

Ela nem tocou a campainha, foi logo entrando, veio passar uma temporada no meu peito. Tardou, mas voltou. Veio me habitar.

1,2,3 e já, agora é a tristeza que me comanda, eu já não tenho mais lugar.

Mesmo tendo todos os motivos do mundo pra ser feliz, acontece que eu sou triste. Vê?

domingo, 24 de agosto de 2008

blá, blá, blasé...

Ai de mim, ai do meu coração. Dói tudo por dentro. Dor de cabeça, dor nas costas. Claro, ninguém me mandou querer carregar a solidão do mundo nos ombros. Incomoda tanto ser só, e apelidar essa falta de companhia de liberdade. Como se adiantasse alguma coisa mudar o nome... Ainda assim permanece a falta de alguém. Sinto saudade das coisas que nunca vivi, sinto vontades que não quero ter. 

Quero ter um companheiro... Que me preencha o corpo e a alma que sacie o todo de mim, porque se fosse só pelo fato de dizer que existe alguém comigo, já teria sanado essa ferida que aparece todo mês no meu coração, mas eu não quero alguém pra exibir, nem só pra fazer passeios bobos de mãos dadas. Quero um baita de um alguém, pra pôr cor na minha vida e não um simples acompanhante. Queria fazer do meu corpo uma morada pra enclausurar a pessoa amada, fazer da minha alegria motivo de comemoração e da minha tristeza desculpa pra conseguir um cantinho num ombro largo.

Estou há tanto tempo só, tenho tantos amigos e vivo só, tenho tantos amores e estou sempre sozinha! Andando só e sem querer chegar. Indo pro além do horizonte, pra parar no além do além, no fim do mundo, dentro do meu pensamento. Pra tentar exercer a minha solidão com plenitude, porém sempre tem alguém pra me inspirar e me fazer pensar que este ermo dentro de mim logo vai passar é culpa da minha essência que é tão rara, me fazem acreditar que não sou só, sou diferente, especial e para que eu ache a minha companhia exata vou precisar esperar, me pergunto o que fazer com tanta coisa dentro de mim querendo ser passada adiante e não pode, porque estou na maior parte do meu tempo só, o que faço com isso? Onde guardo? E quem disse que eu quero esperar? Agora volto a ter vontade de não ser só, contudo não sei viver em conjunto, o melhor seria fugir e se eu fosse pra algum lugar que não pertencesse a ninguém, onde não hajam pessoas pra eu querer sentir, sem olhares pra ter vontade de desvendar, sem essas tentações querendo me acompanhar, seria menos cruel, mas não posso ir, se eu fui a escolhida pra ser só, assim liberta como eu diria, vou fazer bem direitinho, vivendo no meio de gente e pertencendo somente a mim vestindo uma máscara, fingindo ser tão completa e cheia de liberdade, feliz e contente de ser eu a minha única companheira. 

Não adianta mesmo fugir, não nasci para ser de alguém, não fui a escolhida para entregar meu coração. Quando eu nasci Deus não disse 'desce e arrasa', ele lascou uma afirmativa mais pra 'Vai, minha filha, ser esquerda na vida!'. E eu vou. Que merda!

sábado, 23 de agosto de 2008

Bruta flor do querer.

Quando eu não o tinha, o desejava tanto... No tempo em que a ilusão de o ter alimentava a esperança de poder passar noites à fio escrevendo confortavelmente sobre a minha cama, eu nutria um desejo tão grande de tê-lo... Consegui, comprei meu notebook e nunca escrevi nada em nenhuma madrugada solitária, nem em dias solitários, nem em tardes frias... Nada! Perdeu a graça. Odeio conseguir, mas adoro tanto desejar.

Minha vida é uma sucessão de grandes quereres e ilusões, que depois que viram aquisições perdem o brilho. Então, percebe-se que minha vida é bicromática, pintada vez de rosa purpurina, vez de branco chocho cheio de equilíbrio e paz.

Dia desses parei pra pensar se eu gosto mais do rosa purpurina da luta pela conquista, ou desse branco chocho que toma conta do depois, não soube decidir (grande novidade, nunca fui boa com decisões), superficialmente sempre exibi uma pose tão 'branca', uma vida tão equilibrada de moça certa e pra casar... Em contra partida, minhas pequenas atitudes sempre tentavam dar uma pincelada pink na minha vida enfiar aventura na minha rotina, pra ver se eu conseguia virar o jogo e só ser eu mesma... Nem muito pombinha da paz, nem muito rosa choque. Mas nunca consegui!

De certo nunca me conheci. Dia desses, outra vez, me peguei dizendo que mentia muito, será que eu sou mesmo dissimulada? Nunca tinha pensado a meu respeito dessa forma.  Fui procurar no meu amigo fiel, o Aurélio, um esclarecimento, o que seria ao pé da letra dissimular? No Aurélio estava assim, Dissimular: Ocultar ou encobrir com astúcia (Ah, isso quem não faz? Não pode ser critério. Não tenho culpa de não gostar de tudo que eu penso e esconder partes, e mesmo que fosse um bom critério se eu me encobrisse com astúcia nunca teriam me chamado de dissimulada e eu não estaria aqui fazendo essa análise, 0 pra Lorena Capitu x 1 pra Lorena e só), não dar a perceber, calado ou simulando( É, nunca soube discutir, no fim eu sempre fico calada, mas é uma questão de passividade e falta de convicção nos meus ideais, Sou só a Lory, Cabou! Não simulo nada, só aceito novidades tranquilamente), não revelar seus sentimentos ou propósitos (E eu vou revelar pra quê? Tá, essa eu assumo, não gosto de sentimentos assim como não gosto de carne e mesmo não gostando eu como, mesmo não gostando de sentimentos, eu sinto, mesmo não gostando os escondo!).  Sou sincera aos meus pensamentos momentâneos, sem analisar muito falo coisas, o exame vem depois e talvez as ideias mudem e é apenas isso não sou dissimulada, nem mentirosa. Parece-me que não adianta a simples Lorena será sempre a menina pacífica e passiva por fora, viciada em adrenalina e fortes emoções por dentro e uma coisa não exclui a outra. Por fim,  se metade de mim for certeza o resto será dúvida. E quando meu corpo viver aventuras minha alma pedirá paz, se muito serena ela estiver implora por desassossego. Se eu conquisto meu desejo, já não o quero. Odeio conseguir, adoro desejar e sofro tanto por isso.